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Foto do escritorEricson Baptista

Por que profissionais públicos devem se importar com política?

Atualizado: 24 de ago. de 2021

Por Ericson Baptista


Estamos vivendo grande polarização política no que se trata de ideologias e formas de pensar o Brasil. A cada dia os debates se tornam mais acalorados ao mesmo tempo que as incertezas sobre o futuro só aumentam, já que não há uma renovação política que acompanhe o clamor por novas figuras consolidadas e com força suficiente para desbancar os políticos de sempre. Para presidência, por exemplo, a tão comentada “terceira via” ainda não deu sua cara no cenário eleitoral.



Do outro lado da moeda, temos uma grande parcela da população que ainda rejeita o tema da política em todos os seus sentidos. O número de abstenções e votos nulos/brancos aumentam a cada eleição e o atual cenário de polarização, discursos de ódio e extremismos só afasta aqueles que gostariam de participar do processo democrático de forma construtiva.


Além disso, cabe considerar que de modo geral a política ainda é tratada como uma área problemática e cheia de problemas complexos. Os políticos historicamente não dão bons exemplos na execução de suas atribuições, deixando uma imagem geral de corrupção, patrimonialismo e clientelismo ao invés de um trabalho que melhore a vida do povo.


Dito isso, vamos para nossa questão central:


Diante de um cenário tão tóxico, problemático e sem expectativas de melhora, qual a importância da participação dos profissionais públicos na política?


De forma geral, atualmente estão engajados na política os grupos defensores de determinadas ideologias, tentando impor seus pensamentos e costumes aos outros que não pensam igual, os participantes dos diversos movimentos sociais, lutando pela defesa dos direitos de grupos específicos e aqueles envolvidos com a política partidária, tanto nos partidos com tradição ideológica quanto nos partidos com temas a pautas mais genéricas.


Ao analisar esses grupos podemos perceber que a pauta da profissionalização da atuação governamental SEMPRE fica em segundo plano ou nem chega a ser citada. Planejamento estratégico, revisão da burocracia e legislações, reconfiguração de nosso pacto federativo e demais pautas tão importantes para melhorar tecnicamente nossos governos passam longe de ser prioridade. Ainda estamos discutindo teorias da conspiração enquanto deveríamos estar aprimorando a capacidade de gestão dos órgãos públicos, que se comparado com o mercado privado, por exemplo, ainda estão engatinhando diante das possibilidades de evolução.


Daí a importância dos profissionais públicos conseguirem pautar e promover as melhorias em todos governos pelo Brasil. Não há mais a possibilidade de ficar refém da alternância política que descontinua o trabalho desenvolvido e, por muitas vezes, direciona as ações públicas para a politicagem (no seu pior sentido da palavra) e não a melhoria dos serviços públicos.


Precisamos deixar os extremismos de lado e conseguir dialogar em prol da melhoria de nossos governos. Nossa gestão pública não pode mais ficar refém do jogo político/eleitoral onde poucos políticos individualistas ditam as regras do trabalho de diversos profissionais públicos capacitados e bem-intencionados em seu trabalho.

Os profissionais imbuídos de espírito público e vontade de atuar para o desenvolvimento econômico e social do país precisam se unir e começar a tomar voz para pautarem as ações públicas, sempre buscando reduzir os impactos de tanta politicagem e aumentar a transparência do que acontece para estimular a participação popular nos assuntos públicos.


O povo e os profissionais públicos estão cansados do caos promovidos por quem olha a política com interesses próprios em detrimento aos interesses do povo. Precisamos encontrar uma forma de trabalhar juntos para desenvolver e eleger políticos que se preocupam em FAZER GESTÂO para botar as coisas para funcionarem. Assim, aos poucos vamos mudando essa situação tão ruim e mostrando uma nova forma de fazer política com o foco em resultados.


- Artigo de Ericson Baptista

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